
15ª edição do Economic Briefing,
Maputo, 14 Agosto (AIM) – A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) reitera que a queda do volume de importações e exportações no país, que se regista nos últimos tempos, deve-se as novas medidas de restrição cambial impostas pelo Banco de Moçambique, embora o mesmo sector empresarial reconheça que o país regista uma estabilidade cambial assinalável.
“Apesar da estabilidade cambial, o aumento das reservas internacionais líquidas para suportar importações de bens e serviços, o agravamento do acesso a divisas no mercado nacional tem sido um factor negativo que influencia nas transacções”, referiu o presidente da CTA, Agostinho Vuma, na 15ª edição do Economic Briefing, que teve lugar hoje em Maputo.
Segundo a CTA, a redução da disponibilidade de divisas no mercado nacional influenciou substancialmente a queda de exportações, pagamento de facturas de importação efectuadas pelas empresas nacionais, entre outros.
“Na tendência de volume de importações como se pode provar com a queda média mensal de 2,3% de Janeiro a Fevereiro, e de 25% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o período homólogo de 2023”, disse Vuma.
Sublinhou que a base de geração da moeda exterior são as exportações que no seu entender mostram fragilidades.
Com excepção dos grandes projectos, a cobertura das exportações sobre importações situa-se aos 20%, dai que o défice da oferta sem os grandes projectos atinge a fasquia de 80%.
Sobre o desempenho macroeconómico, os dados divulgados indicam que no primeiro trimestre de 2024 houve uma desaceleração do crescimento económico.
“A inflação média trimestral passou de 6,02% para 4,68 % no segundo trimestre de 2024, tendo como factores, o início da campanha de comercialização agrícola, época de exportação de algodão, registamos o aumento dos insumos no sector agrícola e custos com a logística “, disse.
Não só, a redução das taxas de MIMO, anunciadas pelo Governador do Banco de Moçambique, saindo de 17,25% em Janeiro, para 15% em Junho.
Essas e outras medidas influenciaram a redução de taxas de juro dos mercados financeiros.
“Embora de forma tímida, vão reconquistando uma certa confiança no seio da classe empresarial, estes factores contribuíram para o aumento do ambiente macroeconómico em cerca de 3%, passando dos 45% no primeiro trimestre para 48% no segundo trimestre de 2024”, disse.
Participaram no evento representantes de associações económicas, Presidente do Conselho de Administração da Bolsa de Valores de Moçambique, Director Geral da APIEX , representante dos CFM e outros convidados.
(AIM)
MR/sg