
Maputo, 15 Ago (AIM) – O Instituto Nacional de Gestão de Risco de Desastres (INGD) alerta que os ciclones e cheias já provocaram pelo menos 829 óbitos e afectaram perto de quatro milhões de pessoas nos últimos 10 anos em Moçambique.
O INGD aponta os ciclones que atingiram o país com impacto mortífero severo o IDAI que ocorreu em 2019, Keneth em 2019 e o Freddy em 2022/2023. Os ciclones também afectaram infra-estruturas e bens.
Os dados foram apresentados quinta-feira (15) em Maputo, pela presidente do INGD, Luísa Meque, na abertura do Conselho Coordenador da instituição, reunião anual que faz balanço das actividades e perspectiva a actuação para os anos seguintes.
“No período 2015-2024 tivemos o registo de 14 sistemas tropicais (tempestades e ciclones tropicais), com destaque para os ciclones tropicais Dineo, Idai, Kenneth, Guambe, Ana, Gombe, Freddy e Fillipo. Registaram-se igualmente inundações urbanas, cheias em bacias hidrográficas de Messalo, Lúrio, Ligonha, Meluli, Licungo, Zambeze, Búzi, Save, Mutamba, Inhanombe e Umbeluzi”, disse Meque na sua intervenção.
Sobre o impacto da acção dos terroristas em Cabo Delgado, o INGD refere que, de 2017 a 2023, foram registados, de forma cumulativa, 1.136.462 pessoas deslocadas, das quais 632.673 já retornaram às suas zonas de origem.
“De Janeiro a Julho de 2024, com a ocorrência de novos ataques, foram registados 144.405 novos deslocados”, referiu.
Para responder aos desafios impostos ao longo da última década, o Governo, através do INGD e parceiros, concebeu vários instrumentos e projectos com vista a mitigar os impactos, incluindo planos anuais de contingência, sistemas de aviso prévio e activação do Fundo de Gestão de Calamidades.
Outras medidas incluem a operacionalização de centros de acomodação temporária e assistência humanitária que, de forma cumulativa, abrangeu cerca de seis milhões de pessoas em todo o país.
No que concerne a última época chuvosa foram activados e implementados planos de acções antecipadas.
“Graças as acções antecipadas, e em coordenação com os nossos parceiros, foi possível realizar várias intervenções de prevenção e mitigação dos impactos negativos da seca”, vincou.
Outra acção de impacto para o INGD, foi a adesão do país ao Seguro Soberano para a seca, durante a época chuvosa 2023/24 na qual resultou no pagamento do seguro de seca, no valor de 5,5 milhões de dólares que serão aplicados em intervenções de resposta.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/sg