Nampula (Moçambique), 31 Ago (AIM) – O Sindicato Nacional de Jornalistas de Moçambique (SNJ) renovou o apelo aos profissionais de comunicação social que cobrem o processo eleitoral em curso no país, para continuarem firmes no exercício da sua actividade.
Em comunicado distribuído à imprensa, assinado pelo respectivo secretário-geral, Faruco Sadique, o SNJ refere que os mesmos devem “ coibir-se de ceder a pressões externas ou de se envolverem em actos que consubstanciam troca de favores”.
O apelo do SNJ estende-se a outras entidades para que proporcionem, aos jornalistas, um ambiente em que possam trabalhar livremente.
“Apelamos às entidades públicas e privadas, aos partidos políticos, aos órgãos de administração eleitoral, às forças de defesa e segurança e outros actores envolvidos a respeitarem o direito dos jornalistas de trabalharem livremente”, lê-se no comunicado.
Aos concorrentes, neste pleito, o SNJ apela para que disponibilizem, em tempo útil, às respectivas agendas o que facilitará a programação das Vedações no que concerne à cobertura das actividades de campanha.
O SNJ insta as empresas jornalísticas a alocarem as suas redacções, os recursos necessários, como forma de permitir que os seus profissionais possam exercer a actividade de cobertura da campanha eleitoral com a dignidade recomendável e com a maior abrangência possível.
Por fim, a mais antiga organização dos jornalistas moçambicanos apela à sociedade “a respeitar o direito constitucional dos profissionais da comunicação social, enquanto cidadãos nacionais, fazerem campanha nas formações políticas, observando, contudo, a premência de solicitarem aos seus órgãos as necessárias dispensas para esse efeito e a abdicarem do uso dos meios de trabalho colocados à sua disposição”.
Entretanto, o SNJ congratula-se pelo facto de, uma semana após o início da campanha eleitoral, salvo situações isoladas, não se terem registado casos de ilícitos graves, envolvendo os profissionais da comunicação social em todo o território nacional.
Contudo o SNJ, diz ter tomado conhecimento de algumas situações que configuram violações às liberdades de exercício da actividade jornalística e/ou às normas éticas e deontológicas da profissão, tais foram os casos de violência ocorridos no distrito de Angoche, província de Nampula, norte de Moçambique.
Segundo o SNJ, “dois membros da Rádio Comunitária Parapato, em circunstâncias distintas, sofreram ameaças verbais e viram algum do seu material de trabalho ilegalmente recolhido, alegadamente, por elementos ligados ao Conselho Municipal local, nos primeiros dois dias da campanha”.
Um dos comunicadores foi inclusive levado ao Comando da Polícia, de onde viria a sair algumas horas depois”.
O SNJ explica que da província de Manica chegaram informações do envolvimento activo de chefias de instituições públicas da comunicação social e de alguns jornalistas de rádios comunitárias, em acções de campanha de um dos partidos e candidatos concorrentes, sem que tenham previamente solicitado dispensa das suas actividades profissionais.
Ainda no capítulo das constatações, o SNJ refere que “a exiguidade de recursos financeiros, materiais e humanos por parte da maioria dos órgãos de comunicação social, para uma cobertura mais abrangente, isenta e responsável da campanha ora em curso no país, está a dificultar a presença dos seus profissionais em todos os distritos, como seria de desejar.
Na tentativa de garantirem uma cobertura mais ampla das acções de campanha, em diferentes zonas do país, alguns jornalistas estão a movimentar-se à boleia de partidos políticos e candidatos, como se constatou em algumas províncias durante a semana finda”.
O apelo do SNJ para este partido é “todos por uma cobertura eleitoral isenta e de qualidade, a bem da paz, da democracia e da estabilidade do país “ .
(AIM)
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