
Medicamentos
Tete (Moçambique), 05 Out (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, recomenda ao sector de saúde o aprimoramento dos mecanismos de gestão de medicamentos para evitar o desvio de medicamentos ou rotura de stocks nas unidades sanitárias em Moçambique.
O Chefe de Estado deixou a recomendação hoje (05) durante a cerimónia de inauguração do Hospital Distrital de Massinga, província de Inhambane, sul de Moçambique.
Segundo Nyusi, a melhoria da provisão dos cuidados de saúde não se limita apenas à construção de novas unidades sanitárias. É fundamental assegurar os recursos humanos, mas também o equipamento e a funcionalidade dos serviços especializados, bem como a disponibilidade dos medicamentos essenciais.
Reconheceu, porém, que o país regista melhorias na logística de medicamentos com a implantação de centrais de fármacos regionais e provinciais.
“Isto facilita a gestão, mas, mesmo assim, temos de melhorar mais o seu controlo. No entanto, impõe-se, de forma proporcional, garantir uma gestão profissionalizada e eficiente dos medicamentos no fluxograma legalmente estabelecido para evitar o desvio de medicamentos de um subsistema para outro, ou mesmo uma rotura”, recomendou
Argumentou que a rotura de medicamentos muitas vezes não é por falta dos fármacos, mas tem a ver com problemas de gestão.
“Os gestores não antecipam, sobretudo os medicamentos mais consumidos. Portanto, essa gestão é preciso capacitar mais, modernizar. Agora não é difícil”, defendeu.
Na ocasião, chamou a atenção para a necessidade de atendimento humanizado nas unidades sanitárias, anotando que o acesso aos cuidados de saúde, é um direito previsto na Constituição da República e nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável adoptados pelas Nações Unida, de que Moçambique membro de pleno direito.
“A nossa Constituição estabelece que todos os cidadãos têm direito a assistência médica e sanitária, bem como de promover e defender a saúde pública. Portanto, não é nenhum favor a ser feito, mas é uma obrigação da Constituição. É neste contexto que o governo com os parceiros tem vindo a realizar investimentos substanciais no desenvolvimento de infra-estruturas de saúde”, vincou.
Sobre a unidade sanitária ora inaugurada, Nyusi disse que a sua entrada em funcionamento materializa o longo sonho da população de Massinga e das comunidades vizinhas, de terem perto o acesso aos serviços de saúde de qualidade para satisfazer a crescente demanda de cuidados de saúde.
O novo hospital de Massinga surge no âmbito da implementação da iniciativa presidencial “Um Distrito, Um Hospital. “É um projecto lançado que vai continuar até completar. Acredito que ao longo dos anos este projecto pode ser melhorado, incluindo o equipamento que agora estamos a colocar nesses hospitais.”
Revelou que se trata de uma unidade sanitária moderna, equipada com a alta tecnologia e serviços, nomeadamente serviço de urgência, bloco operatório, enfermarias com uma capacidade de 80 camas, banco de sangue, atendimento externo, deposito de medicamentes, serviços clínicos e radiologia, entre outros.
Em termos de recursos humanos, o novo hospital conta com um efectivo de 249 profissionais de saúde, incluindo médicos, técnicos de saúde e pessoal administrativo.
Nesta componente, Nyusi recomendou às instituições de ensino superior para formarem mais pessoal especializado.
“Há especialidades que a população precisa, mas não temos especialistas. Precisamos de cerca de oito mil numa fase imediata”, disse.
Segundo Nyusi, a infra-estrutura hospitalar está dimensionada para assistir cerca de 258 mil habitantes de Massinga. “O hospital vai atender também aqueles que por aqui passam, com destaque para os turistas, os que se deslocam em trabalho ou em trânsito.”
Com a construção do novo Hospital Distrital de Massinga, a província de Inhambane passa a contar com um hospital provincial, dois hospitais rurais, três hospitais distritais, 146 centros de saúde, quatro postos de saúde, somando assim 156 unidades sanitárias.
“Isso significa que, ao longo do nosso mandando, só na província de Inhambane, construímos cerca de 30 novas unidades sanitárias, o que representa um crescimento de 23 por cento em relação ao ano de 2015, quando a província tinha 127 unidades sanitárias”, afirmou o Chefe de Estado, para que esse aumento de unidades sanitárias tem vindo a melhorar a capacidade de resposta à procura dos serviços de saúde pela população, encurtando as distancias e oferecendo mais serviços especializados e concorrendo, assim, para a melhoria da qualidade de vida dos moçambicanos.
(AIM)
Dt/sg