
Maputo, 26 Out (AIM) – A Frelimo, partido no poder em Moçambique, promoveu neste sábado (26) jornadas de limpeza nas ruas do distrito municipal de Ka Mubukwana, na capital do país, Maputo, para remover o lixo provocado pelas manifestações ocorridas segunda-feira (21) e convocadas pelo candidato presidencial, Venâncio Mondlane.
Os membros da Frelimo pretendiam, desta forma, desobstruir as ruas e avenidas, garantir o saneamento do meio, bem como reerguer estabelecimentos saqueados pelos manifestantes.
Num breve contacto com a imprensa, o primeiro secretário da Frelimo na cidade de Maputo, António Niquice, disse que os órgãos municipais devem liderar o processo de limpeza nas vias de acesso e em cada bairro atingido pelas manifestações.
“Nós queremos, antes de mais nada, garantir que a cidade retome a dignidade que tem. Apelamos aos órgãos de direito, mormente, o Conselho Municipal para que lidere esse processo bairro a bairro”, afirmou.
Desde segunda-feira , todas as cidades capitais do país vivem um clima de manifestações convocadas por Mondlane, alegadamente como forma de repudiar os resultados das eleições gerais realizadas a 09 de Outubro corrente.
Dos quatro candidatos presidenciais, o apuramento central dá vitória ao concorrente presidencial, Daniel Chapo, suportado pela Frelimo, que obteve 4.912.758 votos, o correspondente a 70,67 por cento.
Mondlane está em segundo lugar com 1.412.511 votos (20,32 por cento). Em terceiro está Ossufo Momade, apoiado pela Renamo, com 403.591 votos (5,81 por cento) e, no quarto, Lutero Simango, pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que amealhou 223.065 votos (3,21 por cento).
Divulgados quinta-feira (24) pelo presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Carlos Matsinhe, os resultados deverão ser promulgados pelo Conselho Constitucional (CC), órgão em última instância e deliberativo em matérias de contencioso eleitoral.
No entanto, Niquice assegurou que as jornadas de limpeza nos bairros serão promovidas regularmente em todos os 64 bairros da capital do país, incluindo uma intervenção psicossocial.
“Estamos a trabalhar no sentido de activistas nossos mais ligados a terapia psicossocial poderem trabalhar com as crianças, famílias que foram vítimas dessa vandalização para poderem recuperar e assumirem que de facto a vida continua, e porque não trabalharmos com os jovens que foram instrumentalizados”, afirmou.
(AIM)
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