
Interoperabilidade na saúde
Maputo, 22 Jul (AIM) – O Ministério da Justiça Assuntos Constitucionais e Religiosos (MJACR) e o Ministério da Saúde (MISAU) lançaram esta segunda-feira (22), em Maputo, um sistema que permite a interoperabilidade entre o Módulo de Gestão de Dados Hospitalares na componente de nascimentos (MGDH-Nascimentos) e o Sistema Electrónico de Registo Civil e Estatísticas Vitais (e-SiRCEV).
O evento foi dirigido pela directora-geral do Centro de Formação Jurídico e Judiciária (CFJJ), Elisa Samuel Boerekamp. É um sistema que surge no âmbito dos esforços do governo de aumentar a cobertura do registo de nascimentos até 2030, em paralelo com o que já acontece na interoperabilidade da componente de óbitos.
A fonte assegurou que o sistema permite notificar, electronicamente e em tempo real, os dados dos nascimentos que ocorrem nos hospitais públicos desde que tenham instalado a plataforma MGDH-Nascimentos. A vantagem do sistema é fornecer ao Estado dados fiáveis de nascimentos, bem como de óbitos.
“Ademais, a partir de uma base de dados fiável será possível uma melhor programação sobre políticas públicas e, o cidadão passa a ter o acesso directo dos serviços, evitando deslocações da unidade sanitária ao posto de registo civil”, explicou.
Elisa Samuel considera a partilha de dados destes sistemas através do mecanismo de interoperabilidade, um marco fundamental para o desenvolvimento de sistemas informáticos eficientes e modernização do sector público, elevando Moçambique ao nível mais alto de aplicação destas tecnologias.
“Esta experiência deve ser vista como um desenvolvimento importante para Moçambique que, paulatinamente, poderá ser aplicado a muitos outros sistemas, evitando, deste modo, duplicações de dados dos sistemas em funcionamento no país”, acrescentou.
Na ocasião, mencionou que as actividades de implementação da interoperabilidade entre o e-SiRCEV e o MGDH-Nascimentos tiveram início na província de Inhambane, em hospitais e centros de saúde com postos de registo civil nos distritos de Zavala, Maxixe, Inhambane, e Inharrime, entre Abril e Maio de 2024.
“Com esta implementação, as famílias passam a poder registar os seus recém-nascidos nestas unidades sanitárias, antes mesmo de receberem alta hospitalar, garantindo que os seus filhos sejam reconhecidos perante a lei e tenham acesso aos serviços básicos”, disse.
Actualmente já estão registados no sistema três milhões de crianças e 300 óbitos, da província de Inhambane.
“O sistema vai abranger todas as províncias e distritos do nosso país, por isso, neste último, será efectuada de forma paulatina, mediante a construção de unidades sanitárias para fazer essa ligação”, concluiu.
A instalação do sistema contou com o apoio técnico da Jembi Health Systems e da Saudigitus e com o financiamento da Vital Strategies através da iniciativa Dados Para a Saúde da Bloomberg Philanthropies.
O representante da Vital Strategies, Ivan Leonel Tcheco, disse que “Esta parceria com o MJACR e o MISAU trouxe melhorias no concernente ao registo de nascimentos, comparativamente ao período de 2020 a 2023, altura em que o país registou 8,4 por cento de nascimentos, número considerado baixo em relação aos objectivos previstos”, apontou.
Frisou que, o sistema vai garantir a qualidade dos dados e o aumento de cobertura dos registos de nascimentos e consequente fortalecimento do Sistema de Registo Civil e Estatísticas Vitais.
(AIM)
NL/sg