Maputo, 25 Nov (AIM)- O Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, recebeu hoje (25) em audiência um grupo de cidadãos constituído por académicos, jornalistas, juristas, e outros grupos profissionais para, em conjunto reflectir sobre os desafios que o país enfrenta.
Destacam-se entre os integrantes do grupo os académicos Severino Nguenha, Jaime Macuiane, o jornalista Tomás Viera Mário, o antigo Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), Tomás Timbane.
Durante o encontro, que decorreu a porta fechada, as partes manifestaram a sua preocupação com a actual situação sociopolítica.
O porta-voz do grupo, o antigo Bastonário Tomás Timbana, disse que, nos últimos anos, o grupo tem estado a reflectir sobre como abordar os desafios que afligem os cidadãos e as oportunidades existentes no país.
“Lançamos recentemente uma plataforma, um movimento. O manifesto para o cidadão é uma plataforma que nós criamos e achamos importante envolver entidades públicas e privadas, pessoas, singulares, socializando, explicando de que o movimento se trata”, disse Timbana, minutos após o término do encontro.
“Não podíamos deixar de apresentar este movimento e sua excelência o Senhor Presidente da República apoia a iniciativa, temos consciência que está no final do mandato, mas é o Presidente do país neste momento”, acrescentou
Timbana considera o manifesto do cidadão como uma oportunidade ímpar para reflectir, debater sobre diversos problemas, desafios que a sociedade enfrenta.
“Nós temos consciência que o sucesso dessa iniciativa depende da sua socialização com entidades públicas e privadas. Estamos a dinamizá-la junto de igrejas, associações, ordens profissionais, naturalmente que o governo é um interlocutor extremamente importante”, disse Timbana.
“Um dos pontos do nosso manifesto é discutir a justiça eleitoral, separação de podere. Nós partilhamos as nossas sugestões e o Presidente é livre de adoptá-las ou não”, referiu.
Questionado sobre a intervenção do grupo no actual conflito pós-eleitoral, o antigo Bastonário disse que o grupo não tem legitimidade para o efeito, tendo em conta que o assunto ainda está sendo tratado pelo Conselho Constitucional.
“Temos consciência que a grande preocupação que às pessoas tem neste momento é discutir a questão de justiça eleitoral, tribunais eleitorais, mas Moçambique não é só isso. Há muitos outros problemas que têm sido colocados, incluindo a separação de poderes, poderes presidenciais. A nossa preocupação é discutir esses problemas incluindo a justiça eleitoral”, vincou.
“Naturalmente, não temos nem legitimidade, de nos pronunciarmos sobre o processo que está sendo conduzido pelos órgãos do Estado. Sabemos que amanhã (26) haverá uns encontros com várias entidades, acreditamos que esses fóruns serão capazes de encontrar às melhores soluções para o nosso país”, disse.
Disse ainda que a preocupação do Grupo de Reflexão, Cidadania e Paz é a necessidade de reanimar o Estado moçambicano.
“A Conferência Nacional do Grupo de Reflexão de Cidadania e Paz, será o momento para discutir os problemas de Moçambique, a partir da base, distrito, localidade”, referiu.
A fonte diz que existem várias iniciativas em Moçambique que reflectiram e reflectem vários problemas, no sentido de encontrar um ponto comum.
(AIM)
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