Maputo, 29 Nov (AIM) – Fazendo jus a máxima que em “momentos de crise os criativos transformam desafios em oportunidades”, o negócio de mototáxis está a prosperar e a ganhar espaço a olhos vistos na cidade de Maputo, capital moçambicana, com a interdição ilegal de circulação de viaturas por manifestantes nos últimos três dias.
Os manifestantes respondem ao chamamento do candidato presidencial, suportado pelo partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Venâncio Mondlane, que, através de várias plataformas digitais tais como Facebook e Youtube, tem estado a convocar a população a rebelar-se como forma de reivindicar a alegada vitória nas eleições gerais, do passado dia 09 de Outubro.
Nas principais ruas e avenidas, os únicos meios que transitam livremente são os mototaxis que experimentam uma demanda jamais vista, tirando proveito da ausência viaturas para a circulação de pessoas e bens.
Curiosamente, os mototaxis circulam livremente através das barricadas pelos manifestantes. Quando encontram barricadas, tocam apitos e vuvuzelas. Imediatamente são autorizados a passar através dos obstáculos, sinal de uma clara colaboração, sintonia e entendimento com os manifestantes.
Até nos locais mais “quentes” em termo de manifestação, onde a violência pode eclodir a qualquer momento, tais como as avenidas Eduardo Mondlane, Karl Marx, 24 de Julho, Vladmir Lenine até a zona da Praça da OMM e avenida Joaquim Chissano, os mototáxis circulam livremente.
Com cartazes colados em todos os cantos, ostentando dizeres como “Povo no Poder, Este País é Nosso, entres outros” os meios circulantes referidos estão a transportar pessoas de diferentes de um ponto para outro, ajudando pessoas a cumprir suas agendas diárias.
Diferentemente da zona norte e centro do país, onde este tipo de meio é tradição, os mototáxis não tinham mercado na cidade de Maputo, onde o munícipe não tem hábito de se locomover de motos senão ocasionalmente.
Em Maputo, os citadinos estão habituados a locomover de transporte semi-colectivo, vulgo “chapa”, tanto dentro ou para fora da cidade.
Goste ou não, por estes dias não há escolha, os mototáxis são quase que a única alternativa para quem não quer percorrer longas distâncias até ao seu destino.
Em conversa com o mototaxista que levou a equipa da AIM da baixa da cidade até ao bairro da Polana Cimento, junto ao Museu de História Natural, cobrando 100 meticais, numa viagem agradável que durou entre 7 a 10 minutos, assegurou que, por estes dias o negócio é rentável, receando que, com o regresso a normalidade a sua actividade possa perder demanda.
“Desde quarta-feira o nosso negócio está a ter muita aderência, e hoje também há muita procura do moto táxi. Mas basta dar 16h00 a hora do fim da greve, os passageiros também desaparecem”, disse o moto taxista.
(AIM)
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