Matola (Moçambique), 04 Nov (AIM) – Centenas de manifestantes, apoiantes do candidato presidencial, Venâncio Mondlane, invadiram, na manhã desta quarta-feira (04), a Escola Secundária de Malhampsene, bairro do mesmo nome, no município da Matola, sul de Moçambique, para inviabilizar a realização de exames finais que estavam em curso naquele estabelecimento de ensino.
O grupo forçou os portões da escola e, perante a ameaça patente, a instituição viu-se na condição de interromper os exames e dispensar os alunos.
Após a inviabilização dos exames, os manifestantes saíram do local, dirigindo-se ao terminal de `chapas` (transportes semicolectivos de passageiros) de Malhampswene, seu local de concentração.
A acção ocorreu momentos depois de terem incendiado um autocarro da empresa privada Lalgy, na Estrada Nacional Número Quatro (EN4), junto ao semáforo do entroncamento com a Avenida das Indústrias.
De seguida, o grupo incendiou o posto da Polícia no mesmo bairro, que ficou reduzido a cinzas. Na ocasião, nenhum agente se encontrava no local.
Os manifestantes, maioritariamente jovens e adolescentes, concentraram-se nesta zona logo pela manhã, e as 8h00 locais começaram a bloquear as vias de acesso com recurso a pedras e outros instrumentos, para impedir a circulação de viaturas, segundo o plasmado pelo candidato suportado pelo partido extraparlamentar, PODEMOS, no seguimento dos protestos em torno dos resultados das eleições de 09 de Outubro.
Na tentativa de desobstruir as estradas e manter a ordem e dispersar os manifestantes, a polícia fez-se ao local, onde lançou gás lacrimogêneo, disparou balas de borracha e verdadeiras, facto que enfureceu os revoltosos, que, de imediato, começaram a protagonizar actos violentos.
Foi nessa sequência que incendiaram o autocarro e foram invadir a escola em referência, para além de se confrontarem com os agentes da Polícia.
Os protestos contra os resultados das eleições, que dão vitória à Frelimo, partido no poder, e o seu candidato presidencial, Daniel Chapo, começaram no dia 21 de Outubro passado, sob convocação de Venâncio Mondlane, que se encontra em parte incerta.
Acredita-se que Mondlane se encontra refugiado na Suécia, país a partir do qual tem estado a dirigir, através das redes sociais, as manifestações.
Desde 21 de Outubro foram observadas várias etapas que paralisaram e provocaram mortes, feridos e destruição de infraestruturas públicas e privadas no país.
A partir de hoje (04), as manifestações entraram na quarta fase da quarta etapa, que Mondlane chamou de “Etapa 4×4”, durante a qual, segundo ele, nenhuma viatura deve circular entre 8h00 e 16h00 locais.
Nesta fase, que termina na próxima quarta-feira, Mondlane quer ver também as fronteiras, os portos e aeroportos paralisados, devendo as manifestações ocorrerem em todos os bairros.
(AIM)
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