
Presidente da República, Filipe Nyusi, recebe partidos políticos com assento na próxima Assembleia da República
Maputo, 30 Dez (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, reuniu-se esta segunda-feira (30) com os líderes dos partidos políticos com assento na próxima Assembleia da República, o parlamento moçambicano, à busca de soluções para crise que se instalou no país após as eleições de 9 de Outubro último.
O encontro também tinha como objectivo dar a conhecer as contribuições e preocupações levantadas por académicos, sociedade civil, estudantes entre outros durante os encontros promovidos pelo Chefe do Estado, para a crise.
“Sempre tenho dito que as soluções para Moçambique só podem ser encontradas por nós moçambicanos. Podemos ter aqueles que vão nos facilitar, que nos podem apoiar, como já tivemos casos anteriores … para problemas mais complexos, mas as soluções foram encontradas por nós, por isso acreditamos na nossa capacidade”, disse Nyusi.
Explicou que quando o assunto é tratado por moçambicanos permite uma solução sem esquemas, arranques e sem interesses.
“Cada moçambicano se tem um interesse é para Moçambique, Não há pessoas pequenas, jovens, não há partidos pequenos, Moçambique é de todos nós, incluindo nós temos que estar em condições”, disse.
Advertiu que se houver exclusão os moçambicanos não vão conseguir resolver os problemas existentes. “Mas, quando somos todos nós a resolver os problemas que conhecemos, saímos mais triunfantes”, disse.
Por seu turno, o porta-voz do encontro o Presidente do partido da oposição Movimento Democrático (MDM), Lutero Simango, fez saber que as formações politicas concorrentes partidos Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Renamo, MDM, Nova Democracia (ND), não reconhecem os resultados do escrutínio de 9 de Outubro.
“Mas manifestamos abertura para um diálogo interno para discutir sobre a situação política, económica e social em que se encontra o país”, referiu Simango.
Ao longo do diálogo interno, os lideres dos partidos referidos assumiram que vão continuar a dialogar com um único objectivo de forma colectiva a assumir um compromisso político para reformas no país.
“Há necessidade de se estabelecer um novo pacto social para mudar Moçambique e isso passa pelas reformas. Vamos continuar a dialogar, faremos de tudo para o bem-estar dos moçambicanos “, disse o líder do MDM
Refira-se que após o anúncio e proclamação dos resultados eleitorais de 9 de Outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e a proclamação pelo Conselho Constitucional (CC), seguiu-se uma onda de protestos violentos convocadas pelo candidato do PODEMOS, Venâncio Mondlane.
Estes protestos já causaram no país prejuízos económicos avultados, para além de registo de mais de 250 vítimas mortais, incluindo agentes das Forças de Defesa e Segurança (FDS), manifestantes e menores de idade.
Os protestos são acompanhados pela vandalização de infra-estruturas vitais, tais como supermercados, fábricas, postos policiais, esquadras, tribunais, portagens entre outros.
Os manifestantes também vandalizaram estabelecimentos penitenciários para libertar reclusos.
A título de exemplo foi a recente invasão na cadeia da máxima segurança vulgo de B.O que levou a fuga de 1.534 reclusos, tendo a Polícia da República de Moçambique recapturado pouco mais de 150 reclusos.
Participaram no evento Daniel Chapo, secretário-geral da Frelimo, e Presidente eleito; Albino Forquilha do Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Ossufo Momade (Renamo), Salomão Muchanga (Nova Democracia).
(AIM)
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