
Manifestantes incendeiam autocarro da empresa privada Lalgy
Maputo, 25 Fev (AIM) – Pelo menos 19 fábricas e indústrias foram destruídas durante as manifestações violentas, desencadeadas após a realização das VII eleições gerais e IV para as assembleias provinciais de 09 de Outubro de 2024, em Moçambique.
No mesmo período, as manifestações violentas convocadas pelo candidato presidencial derrotado, Venâncio Mondlane, resultaram na destruição de 177 escolas, 23 armazéns comerciais, 1.677 estabelecimentos comerciais 13 farmácias, entre outras infra-estruturas.
O facto foi anunciado hoje (25) pelo porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, que falava à imprensa, minutos após o fim da 6ª sessão ordinária daquele órgão de soberania, que teve lugar na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado. A sessão teve lugar pela primeira vez fora da capital do país.
Segundo Impissa, que igualmente é ministro da Administração Estatal e Função Pública, os manifestantes também destruíram 27 unidades sanitárias, 23 ambulâncias, 293 edifícios públicos, 176 postos de rede de energia eléctrica, 12 postos de transformadores eléctrica, 58 torres de comunicações.
Acresce ainda a destruição de 220 veículos do governo, 164 casas governamentais, 108 casas de cidadãos particulares e centenas de veículos, também de particulares.
“Como se pode ver, há-de ser repugnante e totalmente reprovável, qualquer destruição”.
Explicou não fazer sentido que 58 torres de telecomunicações tenham sido por indivíduos que querem continuar a comunicar, a partilhar informações, mensagens e, mais ainda, querem redução do custo de vida”.
“Como é que se pode pensar que alguém que destrói a rede de comunicação quer manter a sua vida com o baixo custo, como é que alguém que destrói postos de electrificação, como é que se compreende que 12 postos de transformação devem ser queimados porque a vida é cara”, acrescentou.
Questionou se o facto de um chefe do posto, administrador do distrito, secretário do bairro, e outros dirigentes designados para servir o Estado terem as suas infra-estruturas destruídas terão capacidade de prestar o seu apoio ao povo.
Por isso, disse Impissa, “este tipo de comportamento não pode ser abraçado pelo governo, não pode ser abraçado por Sua Excelência o Presidente da República, e estas manifestações vão ser combatidas”.
Cálculos recentes da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) referem que as manifestações custaram cerca de 504 milhões de dólares à economia do país, e perda de mais de 17 mil empregos desde Outubro último até Janeiro.
O Executivo apela de forma reiterada, aos manifestantes usados para actos nocivos aos próprios moçambicanos para se distanciarem definitivamente do vandalismo e violência.
Inconformado pela derrota, o candidato presidencial, Venâncio Mondlane, tem estado a convocar manifestações violentas arrastando sobretudo jovens dos bairros das principais cidades e vilas do país.
Os danos colaterais incluem mais de três centenas de mortos e milhares de feridos.
Relativamente ao ponto de situação da implementação do plano de reconstrução de Cabo Delgado, após os ataques terroristas, o governo soube que desafios que ainda subsistem, sobretudo a retoma da vida das populações com normalidade.
Segundo Impissa, o retorno das populações, incluindo funcionários públicos permitiu o início das aulas nas escolas dos distritos ora vandalizados pelos terroristas.
No entanto, ainda se impõe a celeridade processual para a retoma dos megaprojectos que, de acordo com Impissa, ainda pode ser moroso devido as entidades internacionais envolvidas, que recorrem a consultas internacionais.
Aliás, Impissa afirmou que maior parte das empresas envolvidas no plano de reconstrução ainda temem novos ataques.
“No entanto, é preciso assegurar que as populações que retornam encaram alguns desafios porque boa parte ainda está a viver em tendas”, disse, tendo apelado as populações a deixar as tendas e retomar as suas próprias vidas.
(AIM)
ac/sg