
Primeira-ministra, Benvinda Levi, na sessão de Perguntas ao Governo, na Assembleia da República
Maputo, 09 Abr (AIM) – As manifestações violentas e ilegais que eclodiram após as VII eleições presidenciais e legislativas e IV para as assembleias provinciais em Moçambique, a 09 de Outubro último, causaram um prejuízo calculado em mais de 32,2 mil milhões de meticais (cerca de 504 milhões de dólares ao cambio corrente).
Caracterizadas pela vandalização e saque de bens públicos e privados, as manifestações referidas, que afectaram o país duraram os últimos cinco meses, provocaram igualmente mais de 50 mil desempregados.
O facto foi avançado pela Primeira-Ministra de Moçambique, Benvinda Levi, durante a sessão especial de Perguntas ao Governo, que teve lugar hoje (09) na Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, em Maputo.
Benvinda Levi explicou que a economia moçambicana contraiu 4,87 no quarto trimestre de 2024, contrariando a tendência de crescimento que vinha registando no primeiro, segundo e terceiro trimestre de 2024, que se situou na ordem de 3,2 por cento, 4,5 por cento e 3,68 por cento, respectivamente.
“Esta situação impactou negativamente na manutenção da paz, estabilidade política, económica e social e, consequentemente, no processo de desenvolvimento do nosso país”, disse.
A persistência das manifestações violentas e ilegais nos primeiros meses de 2025, que se caracterizaram também pela limitação da livre circulação de pessoas e bens, de acordo com Benvinda Levi, afectou negativamente o tecido social, económico e empresarial, o que está a ter repercussões no custo de vida dos moçambicanos.
Durante as manifestações violentas, do levantamento realizado pelo governo até agora, foram destruídos mais de 955 estabelecimentos económicos e sociais, facto que revela que o número de desempregados poderá vir a aumentar.
Convocadas pelo candidato presidencial derrotado, Venâncio Mondlane, as manifestações violentas também destruíram valores morais, o tecido social, económico, religioso e cultural, facto que afectou o funcionamento normal das instituições, bem como de forma indirecta alguns países vizinhos.
As manifestações chegaram ao ponto de paralisarem, por semanas, o normal funcionamento dos portos e aeroportos, incluindo principais postos transfronteiriços de Ressano Garcia, o maior posto que se situa no distrito de Moamba, província meridional de Maputo; e de Machipanda, província central de Manica.
Venâncio Mondlane reclamava uma alegada vitória nas eleições presidenciais, ganhas pelo actual Presidente da República, Daniel Chapo, investido a 15 de Janeiro.
Como forma de restaurar a normalidade os presidentes e secretários-gerais dos partidos da oposição com assento na AR; nas assembleias provinciais e municipais, a 05 de Março, assinaram um Compromisso Político para um Diálogo Nacional e Inclusivo, recentemente transformado em lei, por aclamação, pela AR.
O documento visa contribuir para uma maior estabilidade política e acelerar o desenvolvimento económico no país.
Rubricaram o Compromisso, a Frelimo, partido no poder; o PODEMOS, o maior partido da oposição; a Renamo, o segundo da oposição; o Movimento Democrático de Moçambique, o terceiro da oposição. Todos os quatro partidos têm assento na AR.
Assinaram igualmente o Compromisso, o partido Nova Democracia (ND); Partido de Reconciliação Nacional (PARENA); Partido Renovação Social (PARESO); Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO) e Revolução Democrática (RD).
A sessão de Perguntas ao Governo continua na quinta-feira (10).
(AIM)
Ac/sg