Quelimane (Moçambique), 05 Out (AIM) – Moçambique desistiu de uma parte substancial da queixa contra a Privinvest, no âmbito das dívidas ocultas, poucos dias depois de chegar a acordo extrajudicial com a Credit Suisse.
O advogado de Moçambique, Jonathan Adkin, disse esta quinta-feira (05.10), ao Tribunal Supremo de Londres, que o país desistiu de processar a Privinvest e o seu proprietário, Iskandar Safa, por “perdas económicas”.
Os documentos judiciais do mês passado mostram que Moçambique estava a pedir cerca de 830 milhões de dólares norte-americanos por perdas sofridas entre 2016 e 2018.
Segundo a Reuters, uma nota ao tribunal, Adkin justifica a decisão de Moçambique devido a preocupações sobre a capacidade de pagamento da Privinvest, caso fosse considerado responsável.
Mas o advogado da Privinvest, Duncan Matthews, disse ao tribunal que Moçambique tinha abandonado o processo por estar “sem esperança” e porque levaria a um interrogatório “profundamente embaraçoso” às testemunhas.
Moçambique alega que o país foi vítima de uma conspiração e que a Privinvest e o proprietário, Iskandar Safa, pagaram subornos a altos funcionários moçambicanos e do Credit Suisse envolvidos nas negociações.
A Privinvest, por sua vez, alega que cumpriu o seu compromisso contratual, obrigações e todos outros pagamentos efectuados foram investimentos, pagamentos de consultoria, remuneração legítima ou contribuições para campanha política.
No domingo, (01.10), o Grupo UBS anunciou que alcançou um acordo extrajudicial com Moçambique sobre o financiamento da compra de barcos de pesca pelo Credit Suisse. Pouco se sabe em concreto sobre o que foi acordado e não foram revelados os montantes envolvidos.
(AIM)
FF