Maputo, 08 Jan (AIM) – Os partidos políticos pedem o adiamento da data do início do recenseamento eleitoral, 01 de Fevereiro próximo, pelo facto de coincidir com o pico da época chuvosa e ciclónica em Moçambique.
O sentimento foi expresso hoje, em Maputo, durante a reunião organizada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) para a partilha do calendário do sufrágio para as VII Eleições Gerais, e IV dos Membros das Assembleias Provinciais de 2024 e com os partidos políticos.
Os partidos justificam a sua posição afirmando que a chuva pode condicionar o acesso aos postos de recenseamento nas regiões remotas do país onde, devido as vias de acesso que ficam intransitáveis, enquanto algumas infra-estruturas podem serem afectadas.
A Renamo, o maior partido da oposição e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior partido da oposição, também evocam o facto de coincidir com a época das colheitas.
“A primeira insatisfação tem a ver com o dia 01 de Fevereiro como provável data ou dia de arranque do recenseamento eleitoral”, disse a mandatária nacional da Renamo, Glória Salvador, durante a apresentação, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), do calendário das sétimas eleições gerais e das quartas dos membros das assembleias províncias de 2024, evento que teve lugar hoje (08), em Maputo.
“Com as mudanças climáticas que o país vive nos últimos anos, não dá para iniciar o recenseamento exactamente no dia 01 de Fevereiro. É uma época quando temos ciclones e muitas chuvas”, disse.
A mandatária do MDM, Sílvia Cheia, também partilha com o parecer da Renamo afirmando que Fevereiro não é aconselhável para a realização do recenseamento eleitoral devido aos eventos climáticos, chuvas e ciclones que têm ocorrido neste mês e, por isso, sugere que realize nas datas habituais meados de Março ou princípios de Abril.
“O mês de Fevereiro está dentro da época chuvosa e tendo em conta a situação do nosso país que é susceptível aos ciclones e às chuvas, não há condições para o arranque de recenseamento nesta data”, disse Sílvia Cheia.
Já a representante da Frelimo, partido no poder, Maria Manjate, explicou que o calendário foi feito tendo em conta o quadro legal existente neste momento. Referiu que a sua formação política também está preocupada com a situação.
“Também estamos, sim, preocupados. O que nós queremos é que toda a população se recenseie, todos aqueles que têm 18 anos ou irão completar até à data da eleição”, disse.
Acrescentou que a sua formação política não se opõe à alteração da data prevista para o início do recenseamento no dia um de Fevereiro para meados de Março ou princípios de Abril, desde ocorra dentro do previsto na lei.
De acordo com o calendário publicado hoje (08) dia 09 de Outubro é o dia previsto para a votação e que os candidatos à presidência têm 29 dias para submeter a sua candidatura, isto é, de 13 de Maio a 10 Junho, ao Conselho Constitucional.
(AIM)
SNN/sg