Maputo, 01 Abr (AIM) – Pelo menos 219.531 pessoas podem estar em risco de insegurança alimentar na província de Sofala, centro do país, devido a falta de chuva como resultado do fenómeno “El Niño”.
A advertência é do delegado do Instituto Nacional de Gestão e Redução de Riscos de Desastres em Sofala (INGD), Aristides Armando, falando esta segunda-feira (01) no Programa Café da Manhã, da Emissora Publica, Rádio Moçambique (RM).
Aristides diz que as previsões apontam para a escassez de chuva naquele ponto do país até pelo menos este mês.
“O fenómeno ‘El Niño’ é uma realidade na província de Sofala e este fenómeno traz consigo escassez de chuva que impacta no sector da agricultura. Segundo as projecções do INAM, há probabilidades para a continuação do fenómeno, o que significa que este mês de Abril ainda vamos ter um cenário de escassez de chuvas em alguns distritos”, disse.
As bolsas de fome em alusão estão ligadas a ausência de chuva na província que, consequentemente, está a provocar perda de milhares de hectares de culturas diversas.
“O sector de agricultura é que tem se ressentido mais dos efeitos (do fenómeno), na primeira época grande parte da cultura principalmente, o milho está ligeiramente comprometida, temos um total de 146.153 hectares afectados e isso perfaz 22 por cento daquilo planificado, são dados preliminares porque estas informações ainda podem ser actualizadas”, esclareceu a fonte.
Actualmente são dados como certos a perda de seis mil hectares nos distritos mais afectados nomeadamente, Chemba, Caia, Marínguè, e uma parte dos distritos de Machanga e Muanza.
“Outros distritos como Cheringoma e demais também foram afectados, porque este cenário do ‘El Nino’ pouca precipitação tem impactado negativamente toda província e com este pressuposto estamos a trabalhar no sentido de ver as áreas subsequentes para podermos sair da situação de focos e escassez de chuva com impacto na agricultura”, acrescenta.
Face a esta situação, Aristides disse que o governo já está a implementar algumas medidas para fazer frente ao cenário.
“A primeira abordagem é olhar para segunda época (agrícola). Com isso preparamos o plano de acção de resposta que é multi-sectorial, onde está a componente da agricultura com a mobilização de produtores para o aproveitamento de zonas de irrigação e baixas que conservam humidade nas margens dos rios face aos prognósticos climáticos, bem como o uso de variedades de espécie de culturas tolerantes a secas de ciclo curto, sementeiras escalonadas, entre outros”, apontou.
Outra abordagem mais virada à emergência tem como foco um plano de acção voltado aos focos específicos de fome, tendo sido feito o “preposicionamento de produtos” estimado em “mais de 10 toneladas para o distrito de Chemba e intervenção para Marínguè e Picaia”.
(AIM)
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