
Maputo, 14 de Abr (AIM) – O Governo japonês está a intensificar a formação de Agentes Polivalentes de Saúde (APS) e enfermeiros na província de Gaza, zona sul de Moçambique, e de Niassa, zona norte, com vista a melhoria de disseminação de informação sobre a nutrição materno-infantil, apontada como condição essencial para a melhoria da qualidade de saúde das populações e aumento da expectativa de vida.
Mais de 300 profissionais de saúde e APS beneficiaram de formação nos distritos de Chibuto e Bilene, em Gaza, e nos distritos de Majune e Muembe, província de Niassa.
As formações enquadram-se no projecto para o Fortalecimento do Serviço Nutrição Materno-infantil que se baseia na utilização da nova Caderneta de Saúde Mulher e Criança, uma iniciativa em fase de testagem em Gaza desde Abril do ano passado.
A iniciativa tem três objectivos centrais, nomeadamente instruções sobre o preenchimento da caderneta de saúde da mulher e criança e interpretação dos dados pelos profissionais de saúde durante as consultas pré-natais, o reforço à comunicação entre profissionais de saúde, Agentes Polivalentes de Saúde, as famílias nas comunidades e a melhoria dos parâmetros da nutrição materno-infantil.
Em entrevista à AIM, na província de Gaza, a japonesa Amaike Naomi, perita do projecto Fortalecimento do Serviço Nutrição Materno-infantil, realçou a importância da iniciativa no geral e a acção de formação dos APS e os profissionais de saúde, tendo em conta o papel que estes agentes jogam no aconselhamento e educação para a saúde.
“Esta formação é para profissionais de saúde e agentes polivalentes que estão a trabalhar na comunidade para poderem melhorar o serviço de nutrição materno-infantil, utilizando a caderneta de saúde mulher e criança. Estamos a capacitar os agentes para poderem passar informação às mães e mulheres grávidas. A caderneta contém ilustrações com mensagens chaves que facilitam tanto as mulheres que sabem ler, como aquelas que não sabem ler”, disse a perita.
De acordo com a fonte, o Japão tem mais de 70 anos de experiência na utilização da caderneta de saúde de mulher e criança, instrumento considerado importante para educação da mulher e registo de informação, factor que melhorou a saúde materno-infantil e combate a desnutrição naquele país asiático, conhecido como tendo alta expectativa de vida.
O responsável pela implementação do projecto em Moçambique, Kadoi Nobuhiro, realçou que no âmbito de avaliação do impacto da iniciativa, olhando para o alcance dos objectivos centrais, uma das suas acções prioritárias é observar as mulheres com bebés com baixo peso e a análise do aleitamento materno exclusivo no período de seis meses, com vista a apurar os parâmetros da nutrição, vista como factor essencial para a qualidade de vida para as mulheres e crianças.
“O Japão é um dos países do mundo com alta expectativa de vida e a caderneta de saúde da mulher e crianças joga um papel chave porque reduziu significativamente a mortalidade infantil. Esta caderneta em implementação em Moçambique poderá contribuir para a expectativa de vida, mas deve ser acompanhada por outras iniciativas para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde materno-infantil”, disse a fonte japonesa responsável pelo projecto.
Segundo a fonte, a escolha de Gaza e Niassa para a fase piloto, prende-se com a necessidade de cruzar as informações da zona centro e norte, tendo em conta que as realidades podem ser diferentes, mas que, o intuito é expandir a iniciativa à escala nacional.
Kadoi Nobuhiro avança que é prematuro neste momento avançar qualquer resultado ou indicação da testagem em curso, mas assegura que os dados quando estiverem concluídos serão objecto de análise conjunto com o Governo, através do Ministério de Saúde para uma posterior decisão de expansão à escala nacional.
O governo nipónico desembolsou 175 milhões de meticais (cerca de 3 milhões de dólares norte-americanos) para este projecto.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/FF