
Maputo, 16 Abr (AIM) – O governo moçambicano propõe a criação de um fundo para financiar iniciativas para a gestão sustentável da floresta do miombo, um bioma que inclui quatro bioregiões caracterizadas pela presença predominante de espécies de miombo.
Orçada em cerca de 550 milhões de dólares, a proposta está contida na carta de intenções que o governo de Moçambique submeteu terça-feira (16) na reunião ministerial que abriu as sessões da conferência internacional sobre o Maneio Sustentável e Integrado da Floresta do Miombo.
O evento de três dias, que teve início terça-feira, em Washington, conta com a participação do Presidente da República, Filipe Nyusi.
Os estados signatários da Declaração de Maputo procuram mobilizar junto dos parceiros internacionais, 550 milhões de dólares para iniciativas de gestão sustentável da floresta do miombo em 11 países da Bacia do Zambeze.
“A sessão ministerial visa apreciar a proposta de carta de intenções desta iniciativa e definir mecanismos de alocação de recursos para a implementação de iniciativas da floresta do miombo, e faz menção o compromisso das partes, apoio da iniciativa público-privada que estimulam o desenvolvimento sustentável”, disse a ministra moçambicana da Terra e Ambiente, Ivete Maibasse, que participou na reunião ministerial, citada pela TVM.
A terceira e última parte da proposta, segundo Maibasse, define mecanismos de financiamento do Miombo, a necessidade da criação de um fundo, ou uma estrutura para a implementação da Declaração de Maputo.
A floresta de miombo cobre dois milhões de quilómetros quadrados e abrange 11 países da África Austral, resultando a conferência da iniciativa do Chefe do Estado moçambicano, que em Agosto de 2022, reuniu os líderes de outros dez países na “Declaração de Maputo sobre a Floresta de Miombo”.
A Declaração visa promover uma abordagem comum para a gestão sustentável e integrada da Floresta do Miombo e a protecção da Bacia do Grande Zambeze, e estabelece prioridades para a gestão e governação sustentáveis dos recursos naturais dos ecossistemas do Miombo.
A grande variedade de espécies encontradas na Floresta de Miombo fornece serviços e produtos do ecossistema diversificado, tidos como extremamente importantes para a subsistência e a geração de rendimentos das populações locais.
A população crescente e o consequente aumento da demanda por terras agrícolas, combinados com o uso insustentável e a extracção excessiva de recursos naturais em partes da Floresta de Miombo, e os impactos das alterações climáticas, constituem uma ameaça.
Além de Moçambique, são signatários da Declaração de Maputo, Angola, Botswana, Malawi, República Democrática do Congo, Congo, Namíbia, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
(AIM)
Ac/sg