
Director-geral do Instituto Nacional de Saúde (INS), Eduardo Samo Gudo
Marracuene (Moçambique), 18 Jun (AIM) – Uma delegação de 20 peritos da Nigéria e Zâmbia encontra-se em Moçambique para colher experiência do país na implementação de sistemas de vigilância que permitem monitorar as causas e taxas de mortalidade por várias doenças.
Assim, nos próximos sete dias, os peritos vão trabalhar com o Instituto Nacional de Saúde (INS) que em 2017 começou a implementar um projecto piloto de vigilância às causas de mortes fora de unidades sanitárias.
O projecto foi um sucesso e, por isso, desde 2020 vem sendo implementado no sector de saúde nacional.
A informação foi partilhada a imprensa na manhã de hoje (18) em Marracuene, província de Maputo, pelo director-geral do Instituto Nacional de Saúde (INS), Eduardo Samo Gudo durante a cerimónia de recepção das delegações da Nigéria e Zâmbia que visitam o país com objectivo de colher experiência do INS na Implementação do Sistema Comunitário de Observação em Saúde e de Eventos Vitais (SIS-COVE).
Frisou que nenhum país pode planificar e definir estratégias para a redução de mortes causadas por várias doenças, se não tiver dados. Os dados são a bússola que diz quais são as principais razões de morte em várias faixas etárias, regiões e contextos.
Explicou que em países de baixos recursos, incluindo Moçambique, é difícil apurar as causas de morte de maneira fidedigna, pois nem todas ocorrem nas unidades sanitárias.
Mais ainda, a informação muitas vezes não chega aos sistemas formais de recolha de informação sobre causas de morte, que são os hospitais, registos e notariados.
Referiu que Moçambique é um dos primeiros países do mundo a implementar este sistema de vigilância e tem histórias de sucesso, pois regista progressos assinaláveis na implementação de sistemas de vigilância que permitem monitorar as causas de morte e as taxas de morte por várias doenças.
Pelo sucesso do país, explica a fonte, Moçambique recebe estes países africanos para que possam de acordo com a realidade dos seus países aprender a implementar sistemas similares de vigilância.
“Sendo assim, vamos partilhar esta experiência com eles, lembrando que nós começamos como um projecto de demonstração, um projecto que levou três anos e mostramos que o mesmo funciona e neste momento já transitou e este sistema de vigilância de saúde”, sublinhou.
Na ocasião, o Secretário Permanente do Ministério da Saúde no Estado de Lagos, Nigéria, Segun Ogboye, disse que devido à alta taxa de mortalidade materna no seu país busca em Moçambique, um mecanismo que vai ajudar a monitorar o número de mulheres que morrem fora dos hospitais.
“Se soubermos mais sobre as suas mortes ajudar-nos-á a saber o que está a matar a maior parte destas pessoas para que possamos trabalhar no sentido de conceber o nosso sistema de saúde e como evitar isso”, apontou.
Por sua vez, o Coordenador da Vigilância da Mortalidade no Instituto Nacional de Saúde Pública da Zâmbia, Stephen Chanda, disse que a contabilização de mortes em África é um desafio, razão pela qual também quer aprender de Moçambique.
“O desafio de contar as pessoas que morreram é um grande problema no continente africano e Moçambique tem liderado o caminho para mostrar aos países africanos a melhor forma de o fazer. Por isso, a Zâmbia está a tentar seguir esses passos e como tal, começámos a planear um sistema semelhante ao que Moçambique tem usado. Nesta visita, pretendemos aprender mais sobre os passos que Moçambique deu em vários aspectos da concepção deste sistema”, disse.
(AIM)
CC/sg