Paulino Checo da AIM, em Sofala
Beira (Moçambique), 24 Ago (AIM) – 0 candidato presidencial suportado pela Frelimo, partido no poder em Moçambique, iniciou a sua maratona de 45 dias de campanha eleitoral, hoje, na cidade da Beira, capital provincial de Sofala, zona centro, lotando por completo o campo do Ferroviário da Beira, localizado na Manga, um dos bairros mais populosos do subúrbio local.
Perante membros, simpatizantes e população no geral que acorreu em massa a Manga, Chapo contagiou a sua audiência com a sua estória de superação que se confunde com a estória dos beirenses e da maioria das populações desfavorecidas do país.
Com forte presença dos membros seniores da Frelimo, incluindo o presidente do partido, actual chefe do Estado, Filipe Nyusi, Chapo garantiu que é dos poucos concorrentes a ponta vermelha que melhor compreende os desafios actuais da nação e que a sua estória de superação de adversidades, constitui a base de inspiração para levar Moçambique para outros níveis de desenvolvimento e realizar o sonho dos cidadãos.
Com um discurso comovente, o candidato da Frelimo rapidamente granjeou simpatia e arrancou aplausos do eleitorado beirense quando reafirmou que conhece o sofrimento na prática e não na teoria, pelo facto de ter nascido numa família pobre, nas zonas remotas de Inhaminga, em Sofala, tendo vivido durante dois anos no cativeiro durante a guerra civil, lutando contra todas as adversidades até se tornar funcionário público de excelência por vários sectores onde passou.
“Eu sou moçambicano. Nasci aqui em Sofala, cresci, trabalhei e continuo a trabalhar para o povo e sou do povo. A minha mãe está aqui no Dondo e ela pode dizer que não nasci num berço de ouro, nasci numa esteira e assim fui crescendo até hoje. Já apanhei chapa, por isso sei o que é sofrimento. É essa lição que tive na vida.
Lembrou que durante o seu percurso, e concretamente durante sua infância até a fase da juventude, passou fome e percorreu distâncias a pé para concretizar seus sonhos, a meio a chuva, sol, ventos e outras intempéries.
“Sei o que é sofrimento, já sofri e passei o que a população passa. Quando nasci em Inhaminga, na altura da guerra, fomos capturados e vivi dois anos no cativeiro. Fugimos do cativeiro a pé saindo de Inhaminga até Dondo. Dormi no mato, na floresta, com chuva, sol, frio. Sou esse Daniel Chapo que estão a ouvir. Eu sei o que é sofrimento, não estou a falar de teoria”, salientou.
Vincou que o sofrimento pelo qual passou constitui a força motriz que guia a visão que tem pelo Moçambique, uma determinação alicerçada na empatia pelos problemas dos outros, elemento determinante para a sua característica de sempre servir o povo.
Disse aos beirenses em alto e bom som que está para servir e não para se servir, daí os moçambicanos e os beirenses, em particular. deveriam esperar dele um servo abnegado e focado em resolver os principais problemas dos Moçambique, que assegura conhecer com profundidade, fruto da experiência que foi acumulando em funções que desempenhou anteriormente.
“Tenho esperança que o país vai se desenvolver e o povo moçambicano vai viver em melhores condições do que estas”, acrescentou.
Falando para uma população maioritariamente jovem, Chapo disse conhecer com detalhe os anseios e preocupações da juventude moçambicana, alistando emprego, habitação e educação como os problemas recorrentemente apresentados pelos jovens do país e da Beira, em particular.
Como solução para a questão do desemprego, Chapo disse que tem planos concretos para o sector agrário, apontando como sector que rapidamente pode se desenvolver na província de Sofala e resolver um dos problemas crónicos apresentados pela juventude.
De acordo com o candidato presidencial, está na sua agenda de governação, mecanizar a produção agrícola e atrair farmas para a implantação da indústria transformadora do agronegócio e, por via disso, criar postos de trabalho através de produção.
Refira-se que, a província de Sofala, em particular a cidade da Beira tem sido um palmo bastante disputado entre as principais forças políticas nacionais, nomeadamente a Frelimo, partido no poder, Renamo, principal força da oposição, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o terceiro partido expressivo no país.
No quadro da disputa pela Beira, o MDM também escolheu Sofala para a abertura da sua campanha eleitoral rumo às eleições de Outubro próximo. A cerimónia foi dirigida pelo presidente daquela formação política, Lutero Simango, com presença considerável de populares.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/dt