
Maputo, 18 Out (AIM) – A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) adverte que as manifestações anunciadas pelo candidato à Presidência da República, Venâncio Mondlane, para próxima segunda-feira (21) a escala nacional, já estão a ter um impacto negativo no sector do turismo, devido ao cancelamento das reservas nas estâncias turísticas no país.
Venâncio Mondlane, candidato apoiado pelo Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) um partido extraparlamentar, contesta os resultados preliminares das VII eleições presidenciais, legislativas e IV para os membros das assembleias provinciais e de governador de província, que ocorreram a 09 de Outubro último, anunciados pelos órgãos estatais.
Os resultados colocam Daniel Chapo, candidato da Frelimo, partido no poder, na dianteira, seguido por Venâncio Mondlane. Em terceiro lugar aparece Ossufo Momade, apoiado pela Renamo, o maior partido da oposição, e a última posição é ocupada por Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
Falando em conferência de imprensa havida hoje em Maputo, que serviu para a CTA se pronunciar sobre a ameaça das manifestações, o vice-presidente daquela agremiação empresarial, Vasco Manhiça, explicou que os pronunciamentos de Venâncio Mondlane têm uma dimensão que pode comprometer a quadra festiva, considerada época alta para o turismo no país.
“Esta suposta manifestação, sob o ponto de vista do turismo, vai ter um impacto realmente negativo porque digo que já começam a aparecer alguns cancelamentos de reservas, principalmente para as pessoas que estão no estrangeiro”, disse Manhiça.
A instabilidade política para um país, acrescentou, é claramente prejudicial ao turismo, porque as consequências não recaem apenas na segunda-feira (21) mas sim com um efeito dominó.
Manhiça defende que na economia, o turismo desempenha um papel nevrálgico para os outros sectores, igualmente sociais, “porque consegue trazer o pão e o chá na mesa das pessoas mais desfavorecidas”.
A CTA considera que uma paralisação da actividade produtiva e empresarial à escala nacional, resultaria em enormes prejuízos económicos e sociais de que a classe trabalhadora e suas famílias seriam as principais vítimas.
A CTA, segundo Manhiça, não vai interferir na política.
“Vamos deixar os políticos cuidar da política, e nós temos que cuidar daquela parte social”, disse.
Os resultados eleitorais deverão ser anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) num prazo de 15 dias, caso não haja reclamações a nível central.
Após a CNE ter anunciado, submete a decisão final ao Conselho Constitucional, órgão de última instância em decidir contenciosos jurídico-constitucionais.
(AIM)
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