
Manifestações em Maputo
Matola 27 Nov (AIM) – A cidade da Matola, tal como algumas outras urbes moçambicanas, viveu hoje (27) um dia sem a circulação de viaturas nas principais estradas, na sequência das manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, em protesto aos resultados das eleições gerais de Outubro passado.
Com efeito, em obediência ao “comando” de Venâncio, que se encontra em parte incerta, os seus simpatizantes, na sua maioria jovens e adolescentes, bloquearam, desde as 8h00, as principais estradas que atravessam a Matola, mas sem actos assinaláveis de violência.
Face a isso, a Estrada Nacional número Quatro (EN4), que liga o centro da capital moçambicana à África do Sul e a maior via que garante o acesso ao Porto de Maputo a partir dos países vizinhos do interland, ficou paralisada, durante oito horas (das 8h00 às 16h00), período decretado pelo candidato presidencial suportado pelo partido extraparlamentar, PODEMOs, nesse sentido, como forma de fazer valer as suas reivindicações.
Contudo, em alguns bairros da Matola, o comércio formal e informal não parou, mas alguns supermercados e mesmo pequenas lojas mantiveram as suas portas fechadas, por receio de vandalização como outrora terá acontecido.
A título de exemplo, numa das zonas de maior concentração de pessoas, tal como o bairro de Malhampswene, atravessado pela EN4, o mercado local, onde afluem vendedores e clientes de outros bairros vizinhos e de outras zonas da cidade e província de Maputo, esteve a funcionar durante o dia, embora com algum receio.
Mas, o transporte público e privado de passageiros ficou paralisado durante essas oito horas. Aliás, os manifestantes colocaram barricadas nas principais vias de acesso, com recurso a pedras, troncos ou sucatas de viaturas, entre outros obstáculos.
Facto curioso é que, no período da manhã, um contingente policial e militares escalou a zona de terminal de transportes, em Malhampswene, que também inclui os bairros de Tsalala, Musumbuluco e Sikwama, onde, numa das vias (Avenida das Indústrias), dialogou com os jovens que lá se encontravam. Na ocasião, os jovens garantiram que não haveriam de enveredar por quaisquer actos de vandalismo.
Assim, as Forças de Defesa e Segurança saíram do local, embora estivessem a monitorar a situação, mas o ambiente continuou calmo, até as 16 horas, quando tudo voltou à normalidade.
Entretanto, a paralisação da circulação de viaturas afectou, sobremaneira, a actividade laboral, em quase todos os sectores de actividade.
(AIM)
dt/mz