
Maputo, 14 Dez (AIM) – A Primeira-Dama moçambicana, Isaura Nyusi, chama atenção para a necessidade de acabar com as desigualdades sociais, apontadas como uma das causas que impedem o progresso da resposta ao HIV e SIDA no país.
O alerta surge na sequência do encontro de reflexão sobre a prevenção do HIV com as raparigas adolescentes e mulheres jovens, ocorrido na província de Nampula, norte do país.
“É preciso acabar com as desigualdades pois impedem o progresso da resposta ao HIV e SIDA, por isso somos todos chamados a unir esforços para que todos tenham as mesmas oportunidades”, disse esta sexta-feira (13), em Nampula, a esposa do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.
Segundo Isaura Nyusi, não é possível acabar com o SIDA como uma ameaça à saúde pública, se o país não seguir o caminho dos direitos humanos, lema escolhido pelas Nações Unidas, constituindo uma voz de comando que orienta os países a eliminar situações de estigma e discriminação.
Ainda no mesmo dia em que participou do encontro, a Primeira-Dama visitou o Centro de Saúde Muhala Expansão, para encorajar aquela unidade sanitária que tem feito muito para aumentar o acesso aos cuidados de saúde, e o bem-estar dos concidadãos.
“A nossa visita à Unidade Sanitária Muhala Expansão, bem como a realização deste encontro de reflexão com raparigas e mulheres jovens, enquadra-se nas celebrações do Dezembro Vermelho, mês dedicado à realização de uma campanha massiva de comunicação em torno da epidemia do HIV e SIDA no nosso País”, disse Isaura Nyusi.
Na ocasião, Isaura Nyusi lançou a campanha Dezembro Vermelho, cujo objectivo é mobilizar os vários actores da resposta nacional ao HIV e SIDA, para uma reflexão profunda sobre o HIV em Moçambique, com vista “a reforçarmos cada vez mais a eliminação de todos os tipos de barreiras que impedem que as pessoas tenham acesso à informação sobre a prevenção, testagem, cuidados e tratamento, com especial enfoque na eliminação do estigma e a discriminação das pessoas vivendo com o HIV”.
“No centro de saúde, tivemos a oportunidade de visitar e de interagir com os funcionários para nos inteirarmos sobre o seu funcionamento, com particular destaque os serviços de saúde materno-infantil, rastreio do cancro do colo do útero e o sector de serviços amigos de adolescentes e jovens”, vincou Isaura Nyusi.
Elogiou o diálogo estabelecido com os provedores de saúde e utentes, avaliando como positivo o trabalho levado a cabo por aquela unidade sanitária na promoção da saúde e bem-estar dos seus utentes.
De acordo com estatísticas oficiais, Moçambique está entre os países do mundo com maiores índices de infecção pelo HIV.
“Embora os resultados do Inquérito Nacional sobre o impacto do HIV e SIDA em Moçambique (vulgarmente chamado de INSIDA – 2021) mostrem que a prevalência do HIV, na população dos 15 aos 49 anos baixou de treze vírgula dois por cento (dados do IMASIDA 2015), para 12,5 por cento.
Referiu que a taxa de prevalência de HIV-SIDA em adolescentes e jovens continua preocupante.
As estimativas preliminares do Spectrum indicam que, em 2023, o número de novas infecções em adolescentes e jovens de 15 a 24 anos, de ambos sexos, era de 31 mil, sendo que raparigas adolescentes e mulheres jovens nesta faixa etária contribuíram com 23 mil infecções.
Dados do spectrum mostram ainda que, de 2019 a 2023, houve redução na ordem de 37,7 por cento, do número de novas infecções por HIV, saindo de 130 mil novas infecções para 81 mil.
(AIM)
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