
Zebras no parque de Limpopo. Foto de Ferhat Momade
Maputo, 4 Abr (AIM) – A Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) arrecadou cerca de 250 milhões de meticais (3,9 milhões de dólares) de receitas de exploração de recursos naturais no ano passado como resultado de migração do sistema de licenciamento manual para o sistema de licenciamento electrónico (PHC).
O montante foi revelado pela Secretária Permanente do Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas, Emília Fumo, na manhã desta sexta-feira (04), em Maputo, durante a reunião anual sobre a caça furtiva 2025.
Fumo explicou que dos cerca de 250 milhões, 149,3 milhões de meticais são referentes a caça desportiva, contra cerca de 131,3 milhões de meticais do ano 2023.
“As receitas arrecadadas, no mesmo ano [2024], aumentaram em cerca de 11,8 milhões de meticais em relação ao ano de 2023. Este aumento deveu-se, essencialmente, a implementação do sistema de licenciamento electrónico (PHC)”, disse.
Revelou que a caça desportiva permitiu a canalização para as comunidades locais de cerca de 25,3 milhões de meticais, referentes aos 20 por cento das receitas provenientes da caça desportiva em todo o país.
“No que diz respeito à canalização dos 20 por cento às comunidades locais, devemos melhorar o processo de criação de comités comunitárias, para assegurar que recebam os respectivos valores, enaltecendo, desta forma, o seu papel de guardiãs, da primeira linha, dos recursos faunísticos”, disse.
De acordo com a fonte, em 2024 foram licenciados 760 caçadores, uma redução de 23 caçadores em relação ao ano de 2023, em que foram licenciados 783 caçadores.
A governante afirmou que o governo realizará, este ano, um censo de fauna, a escala nacional, para melhor compreender as dinâmicas da população de elefantes, incluindo censos específicos para espécies emblemáticas como o hipopótamo e leopardo.
“Os resultados destes censos irão nos habilitar estabelecer quotas para uma extracção sustentável dos respectivos troféus”, acrescentou.
Já o Presidente da Associação Moçambicana de Operadores de Safaris (AMOS), Adamo Vali, disse que com a tensão pós eleitoral que o país atravessou há operados operadores que sofreram vandalizações e que esta situação abriu espaço para o aumento da caça furtiva.
“Nós sentimos um aumento de actividades ilegais, mineração ilegal. Há mais pessoas que querem entrar nas áreas de mineração ilegal, o corte de madeira também acontece, aumentou a caça furtiva. Tudo isto quer dizer que precisamos de ter o país pacificado para podermos exercer as nossas actividades”, disse.
(AIM)
SNN/sg