
Cidadãos resgatados das cheias em Moçambique
Maputo, 02 Nov (AIM) – O vice-ministro da Saúde, Ilesh Jani, afirma que é preciso investir urgentemente na adaptação e resiliência do Sistema de Saúde para fazer face aos impactos das mudanças climáticas na saúde pública.
“O cenário futuro para a saúde global será sombrio caso não sejam tomadas medidas como a redução das emissões de gases com efeito de estufa a nível global”, disse hoje (02) Jani, em Maputo durante a abertura da conferência sobre o impacto das mudanças na saúde pública.
“Precisamos igualmente de investir urgentemente na adaptação e resiliência do sistema de saúde para minimizar os efeitos dos eventos climáticos extremos na saúde”, vincou.
Explicou que os eventos climáticos extremos estão directamente associados ao aumento da frequência e gravidade de surtos e epidemias causados por doenças transmitidas por vectores, doenças diarreicas, desnutrição, doenças crónicas, incluindo doenças mentais e trauma.
“O sistema de saúde têm sofrido o impacto negativo da destruição de unidades sanitárias e ruptura na provisão de serviços essenciais de saúde”, explicou.
Revelou que nos últimos anos, o sector de saúde no país, com o apoio dos seus parceiros alcançou importantes progressos em diversos indicadores de saúde, incluindo a redução da morbi-mortalidade por diversas doenças, rumo ao alcance das metas de desenvolvimento sustentável.
Segundo a fonte, os ciclones Idai ocorrido em 2019 e Freddy em 2023, não só destruíram infra-estruturas e equipamentos de saúde, como também causaram o início imediato de epidemias de cólera de grande magnitude, com mais de 3,500 casos em Sofala em 2019 e mais de 10,000 casos na Zambézia em 2023.
“Após o Ciclone Idai, registamos, por exemplo, um surto de pelagra, uma doença associada à nutrição deficiente, no distrito de Nhamatanda, província de Sofala”, disse.
Para responder aos desafios impostos pelas mudanças climáticas, o Ministério da Saúde, segundo Jani, está a realizar um conjunto de acções, particularmente a elaboração do Plano Nacional de Adaptação do Sector da Saúde às Mudanças Climáticas.
Também está em curso a elaboração de orientações técnicas para o desenvolvimento e manutenção de infra-estruturas sanitárias e equipamento, acrescentou o vice-ministro.
“Umas das nossas acções foi a realização da 1ª Avaliação da Vulnerabilidade e Adaptação do Sector de Saúde às Mudanças Climáticas, em 2019, evidenciando que 42 distritos apresentam um elevado índice de vulnerabilidade da saúde às mudanças climáticas”, disse.
Jani explicou que a conferência tem como propósito partilhar e discutir as mais recentes evidências científicas, e experiências nacionais e internacionais sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde pública.
Espera-se que a conferência contribua para munir os delegados de Moçambique e de outros países aqui presentes com subsídios para as discussões na COP 28 – que este ano, pela primeira vez, irá dedicar um dia para debates sobre Clima e Saúde, atestando a urgência da acção global e solidária sobre o assunto.
(AIM)
SNN /sg