
Embarcação de fiscalização marítima
Maputo, 28 Mai (AIM) – Moçambique recorre, cerca de três vezes ao ano, a uma embarcação do vizinho Madagáscar para fiscalizar a Zona Económica Exclusiva (ZEE), uma área marítima que se estende até 200 milhas náuticas (cerca de 370 quilómetros) a partir da costa.
Pelo mesmo processo passam a Tanzânia, Quénia, Somália, e cinco outros países insulares africanos membros da Comissão do Oceano Índico (COI), nomeadamente, União das Comores, Reunião (uma região ultramarina da França), Madagáscar, Maurícias e Seychelles.
A informação foi avançada hoje (28) em Maputo pelo Chefe do Departamento de Registo Estatístico, Monitoria e Controle do Instituto Nacional do Mar (INAMAR), Lázaro Comé, falando à margem do curso sobre Avaliação de Riscos da Comissão do Oceano Índico (COI).
Comé explica que o país tem de recorrer ao apoio do Madagáscar devido à falta de uma embarcação com robustez suficiente para cobrir a sua vasta ZEE.
“Temos um barco de Madagáscar que a gente faz algumas patrulhas na zona económica exclusiva, porque nós aqui em Moçambique não temos uma embarcação que vai até às 200 milhas náuticas”, disse explicando que, por isso, o país faz uma patrulha conjunta de nível regional.
Explicou que sem a cooperação com outros países da região, Moçambique não teria capacidade de fiscalizar a sua ZEE, o expondo os seus recursos marinhos ao saque.
“Com essa cooperação vamos sempre ao mar duas ou três vezes por ano, fazemos 10 a 15 dias, conseguimos controlar a nível regional os nossos produtos pesqueiros”, disse.
O custo de ter a embarcação no mar gira em torno dos 10 mil dólares por dia, segundo a fonte, razão pela qual os países referidos juntaram-se para este propósito comum.
Questionado sobre o número de embarcações que o país precisaria para garantir a sua autonomia, a fonte explicou que “as embarcações que a gente precisa são para actuação” e não para se fazer ao “mar sem ter certeza do que o mar traz ou se tem barcos lá”.
“Nós estamos agora a usar um sistema de monitoração de curto alcance utilizado em navios e sistemas de monitorização via satélite (AIS e VMS – siglas em inglês) que consistem em sistemas baseado num centro de controlo que monitora todas as nossas água a nível nacional”, revelou, não deixando de lado a importância de avionetas e ferramentas via satélite.
Estimativas do governo moçambicano indicam que o país perde anualmente cerca de 60 a 70 milhões de dólares norte-americanos, devido à pesca ilegal em suas águas.
(AIM)
CC/sg