Maputo, 31 Out (AIM) – A cidade de Maputo, capital moçambicana, voltou a funcionar hoje (31) a meio gás, pela quarta vez no corrente mês, devido ao receio de manifestações violentas.
Nas autarquias vizinhas de Maputo e Matola, o comércio não funcionou no seu pleno, devido ao receio da eclosão de manifestações, desta vez de sete dias, convocadas pelo candidato presidencial do partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique, Venâncio Mondlane, que reivindica os resultados do escrutínio de 9 de Outubro.
Importa referir que os resultados pelos órgãos de administração eleitoral ainda carecem de validação e promulgação pelo Conselho Constitucional.
Em face a convocação das manifestações que tinham o seu início para hoje, 31 de Outubro, com o término previsto para 07 de Novembro, a população também receou sair à rua para os seus afazeres, embora hajam cidadãos que decidiram não adiar as suas agendas.
Em Maputo, a maioria dos bancos comerciais não abriu os seus balcões, o comércio também permaneceu com as portas fechadas, ainda que uma e outra loja tenham decidido abrir as portas, mas sem muita demanda, tendo em conta que os compradores não se fizeram à rua.
O transporte público e privado esteve operacional nas primeiras horas do dia, mas começou a escassear no final da tarde, causando transtornos para os cidadãos que ariscaram sair para cumprir os seus afazeres.
As instituições públicas funcionaram em pleno, mas com pouca demanda dos serviços, por razões já afloradas.
A equipa de reportagem da AIM constatou que nas ruas de Maputo e Matola, embora haja receio por parte dos cidadãos, a vontade dos cidadãos de seguirem no seu dia-a-dia está subjacente, daí que, nas zonas suburbanas, onde predomina o comércio informal, as actividades estiveram operacionais pelo menos a nível de 70 a 80 por cento.
Já no final do dia registaram-se focos esporádicos distúrbios onde os manifestantes pretendiam colocar barricadas nas vias e dificultar a circulação de pessoas e bens.
Por exemplo, no Bairro Luís Cabral, ao longo da Estrada Nacional número (N4) que liga a capital moçambicana a vizinha Africa do Sul, alguns moradores mal-intencionados tentaram impedir a circulação de viaturas, acto que não teve efeito graças a pronta intervenção da polícia.
O mesmo sucedeu na Avenida Joaquim Chissano, concretamente nos acessos dos bairros Urbanização e Maxaquene, onde houve igualmente tentativa de colocar barricadas e queima de pneus.
Na cidade da Matola, o ambiente esteve calmo, com circulação normal de pessoas e bens, mas as empresas na sua maioria não abriram, num município que detém o maior parque industrial do país.
Há relatos de pequenas manifestações nos bairros Patrice Lumumba, T3 e Zona Verte, mas sem graves incidentes.
Ainda hoje, o dia foi marcado por uma conferência de imprensa conjunta entre a Polícia da República de Moçambique (PRM) e o partido PODEMOS, segundo partido mais votado, durante a qual apelaram as populações para não tornarem as manifestações palcos de violência.
(AIM)
PC/sg