
Recenseamento eleitoral. Foto arquivo
Maputo, 18 Abr (AIM) – A Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou hoje (18), em Maputo, que ainda prevalecem dificuldades para o arranque do recenseamento eleitoral no distrito de Quissanga, província de Cabo Delgado, quando faltam apenas 10 dias para o seu término, devido a insegurança na região por causa dos ataques terroristas.
“Neste momento não há nada equacionado em relação a isso”, disse o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, em conferência de imprensa para fazer o balanço da supervisão da actualização do recenseamento eleitoral.
Quissanga é um dos distritos da província de Cabo Delgado mais afectados por ataques terroristas, cuja motivação ainda falta apurar.
Desde a sua eclosão em Outubro de 2017, os ataques terroristas já levaram a morte de pelo menos três mil pessoas e forçaram mais de um milhão a abandonar as suas zonas de origem.
Como consequência, os residentes correm o risco de ser impedidos de exercer o seu direito constitucional, de eleger e ser eleito, nas VII Eleições Gerais-Presidenciais e Legislativas- e das IV dos Membros das Assembleias Provinciais e do Governador de Província a ter lugar em todo o país e na disporá a 9 de Outubro próximo.
Sobre os postos que foram encerrados temporariamente por conta das recentes enxurradas, particularmente no sul de Moçambique, Cuinica garante que muitos já estão reabertos, embora ainda haja locais alagados.
“Estamos à espera que as condições voltem à normalidade para que possamos recomeçar com o recenseamento e ver se podemos recensear todos os potenciais eleitores”, disse.
Falando sobre a supervisão em curso nos postos de recenseamento eleitoral, Cuinica explicou que, “visa aferir no terreno, como é que o recenseamento está a decorrer, quais são as dificuldades que poderão ser encontradas e, também, encontrarmos possíveis soluções para esses mesmos problemas”.
A supervisão decorre à escala nacional, desde a passada quarta-feira e conta com a participação dos vice-presidentes e vogais das CNE. “Vai ajudar os órgãos eleitorais a melhorarem o que não estiver a correr bem, para que o recenseamento possa atingir, efectivamente, o universo que se espera para exercer o direito de voto no dia 9 de Outubro de 2024”, afirmou.
Questionado sobre o orçamento necessário para a cobertura do processo de recenseamento eleitoral, nesta fase derradeira, apontou um défice em torno de 20.000 milhões de meticais (cerca de 312,6 milhões de dólares).
“Temos um défice relativamente grande e, estamos a negociar com o governo, e estamos à procura de parceiros que possam ajudar a suprir as necessidade”, referiu.
(AIM)
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