Maputo, 29 Julho (AIM) – O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) advertiu, esta segunda feira (29), em Maputo, os países que nos últimos anos têm sido afectados pelo surto da cólera, que o apoio técnico e financeiro tende a sobrecarregar os sistemas de saúde devido a procura e limitação da vacina oral contra a doença.
A substituta do representante do UNICEF em Moçambique, Maureen L. Gallagher, explicou que o incremento de doenças como pólio, sarampo, febres hemorrágicas virais sobrecarregam ainda mais os sistemas de saúde.
“Entendemos que para resolver a situação da cólera são necessários esforços e investimentos adicionais em estratégias multissectoriais de controlo e prevenção da doença”, disse Gallagher.
Segundo Gallagher, é importante o melhoramento das infra-estruturas de água e saneamento nos principais focos de surto.
Fez saber que as respostas comunitárias mais sustentáveis para os casos de cólera, incluem melhor preparação das unidades sanitárias, comunicação dos riscos, vacinação preventiva, colaboração entre países, organizações regionais, vigilância epidemiológica.
Gallagher falava esta segunda-feira (29), durante na abertura da I Conferência Científica Sobre Interdisciplinaridade para Eliminação da Cólera.
Ressalvou que, desde 2022, o mundo está registar um incremento no número de casos de cólera e doenças de origem hídrica como consequência das alterações climáticas.
O ministro da Saúde, Armindo Tiago, disse durante o debate ser necessário uma abordagem conjunta, dando um papel fundamental a comunidade, para que elas possam de forma activa participar no controlo da cólera.
“Por exemplo se um indivíduo tem diarreia e pode ser cólera é fundamental que este tome a atitude de ir à unidade sanitária o mais cedo possível. Portanto, isto não é responsabilidade do governo nem do sector privado, mas do indivíduo. Em segundo lugar temos os municípios. a responsabilidade é assegurar que haja saneamento do meio, mas esse saneamento não é apenas do município “, disse o governante.
“Apenas na região da África Oriental e Austral, foram registados mais de 300.000 casos contra 5.000 mortes em 14 países “, referiu a fonte.
O director-geral do Instituto Nacional da Saúde, Eduardo Samo Gudo, enalteceu o Centro de Controlo Africano de Prevenção de Doenças (CDC- África), por esta entidade ter aderido ao evento.
“Para nós isto é apenas uma semente que temos a expectativa que brote seus frutos exuberantes para a eliminação da cólera “, disse Samo Gudo.
Refira-se que durante os três da Conferência Científica sobre interdisciplinaridade, espera-se que sejam promovidos vários debates envolvendo outros sectores com destaque a de Obras Públicas Habitação e Recursos Hídricos.
(AIM)
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